Olá pessoal,
Hoje vamos falar sobre sustentabilidade, que é um tema importantíssimo na atualidade, pois a sociedade começa a perceber a necessidade de preservar e utilizar o meio ambiente de forma que este não se degrade.
Especificamente, abordaremos a questão da água, pois é um elemento indispensável à vida humana, além de ser insumo básico para o desenvolvimento e crescimento das atividades agrícolas, urbanas e industriais. Sendo assim, uma das maiores preocupações, é encontrar maneiras de preservar esse recurso tão fundamental para nossa existência.
O reuso da água surge como uma maneira sustentável de reduzir a utilização de água potável, possibilitando assim uma economia em seu consumo. Outro ponto importante é o seu tratamento, pois cada tipo de uso precisa de uma qualidade mínima. No momento atual, os estudos concentram-se em determinar essa qualidade para que possa ser regulamentado o reuso de água, tanto nas residências como nas indústrias.
Alguns países já possuem parâmetros definidos. Aqui no Brasil, os estudos ainda são iniciais, embora já tenhamos alguns manuais como o da FIESP – Conservação e Reuso de Água para o Setor Industrial e o Conservação e Reuso da água em Edificações, sendo uma realização da ANA - Agência Nacional de Águas, que servem como uma espécie de “guia” para as empresas e pessoas que desejam contribuir com o meio, possuindo um sistema de reuso.
Os níveis de qualidade descritos nesses manuais ainda são muito restritivos, muitas vezes por falta de estudo e receio de permitir níveis mais baixos, uma vez que o reuso deve ser feito de forma consciente, pois pode trazer riscos a saúde devido a microrganismos patogênicos existentes nesse tipo de água.
O consumo nas residências é distribuído conforme a figura abaixo. Percebe-se que há um alto consumo de água potável em atividades em que essa água poderia ter uma qualidade mais baixa, como o uso em vaso sanitário, lavagem de pisos e irrigação de jardins.
A utilização de sistemas de tratamento e distribuição duplo de água em uma residência permite o seu reuso seguro. A figura abaixo demonstra um sistema de reuso de água pluvial:
É importante a segregação total das águas, não podendo misturar a água potável com a água de reuso, nem mesmo entre elas, as águas pluviais não devem ser misturadas às águas cinzas (águas provenientes de lavatórios, tanques e máquinas de lavar), pois cada uma possui qualidade diferente.
Aqui na universidade, começamos a inserir em nossos projetos sistemas de coleta de captação de água pluvial, para serem utilizadas na irrigação de jardins, levando em consideração a grande área verde e problemas de drenagem existentes atualmente em nossa infra estrutura. O IGDEMA – Instituto de Geografia, Desenvolvimento e Meio Ambiente, será o primeiro prédio da UFAL, campus A. C. Simões, a contar com esse sistema sustentável no quesito água.
Imagens da maquete eletrônica do IGDEMA.
Essa captação e seu armazenamento contribuem para a redução do escoamento superficial em períodos de chuva, pois a água fica armazenada ao invés de ir direto para a rede de galeria de águas pluviais, diminuindo a possibilidade de alagamentos; e economiza o recurso hídrico, no momento da irrigação, em períodos de estiagem.
Nós, enquanto profissionais de arquitetura da universidade, pretendemos em breve inserir em nossos projetos, sistema de segregação de efluentes, para que também seja possível o reuso de águas cinzas.
Na universidade existe o programa de PPGRHS - Pós-Graduação em Recursos Hídricos e Saneamento, vinculado ao centro de tecnologia, o qual já vem realizando estudos na área - www.ctec.ufal.br/posgraduacao/ppgrhs.
Para mais informações sobre o assunto, existe a rede PROSAB – Programa de Pesquisa em Saneamento básico, a qual já lançou diversos livros com base em experimentos e estudos realizados - www.finep.gov.br/prosab.
Manuais citados podem ser encontrados em:
Abaixo algumas dicas simples que podemos seguir em nossas casas e contribuir com a redução do consumo da água mesmo sem ter um sistema de reuso.