quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Reuso de Água e Sustentabilidade nas Edificações


            Olá pessoal,


Hoje vamos falar sobre sustentabilidade, que é um tema importantíssimo na atualidade, pois a sociedade começa a perceber a necessidade de preservar e utilizar o meio ambiente de forma que este não se degrade.
Especificamente, abordaremos a questão da água, pois é um elemento indispensável à vida humana, além de ser insumo básico para o desenvolvimento e crescimento das atividades agrícolas, urbanas e industriais. Sendo assim, uma das maiores preocupações, é encontrar maneiras de preservar esse recurso tão fundamental para nossa existência.
O reuso da água surge como uma maneira sustentável de reduzir a utilização de água potável, possibilitando assim uma economia em seu consumo. Outro ponto importante é o seu tratamento, pois cada tipo de uso precisa de uma qualidade mínima. No momento atual, os estudos concentram-se em determinar essa qualidade para que possa ser regulamentado o reuso de água, tanto nas residências como nas indústrias.
Alguns países já possuem parâmetros definidos. Aqui no Brasil, os estudos ainda são iniciais, embora já tenhamos alguns manuais como o da FIESP – Conservação e Reuso de Água para o Setor Industrial e o Conservação e Reuso da água em Edificações, sendo uma realização da ANA - Agência Nacional de Águas, que servem como uma espécie de guia para as empresas e pessoas que desejam contribuir com o meio, possuindo um sistema de reuso.
Os níveis de qualidade descritos nesses manuais ainda são muito restritivos, muitas vezes por falta de estudo e receio de permitir níveis mais baixos, uma vez que o reuso deve ser feito de forma consciente, pois pode trazer riscos a saúde devido a microrganismos patogênicos existentes nesse tipo de água.
O consumo nas residências é distribuído conforme a figura abaixo. Percebe-se que há um alto consumo de água potável em atividades em que essa água poderia ter uma qualidade mais baixa, como o uso em vaso sanitário, lavagem de pisos e irrigação de jardins.


A utilização de sistemas de tratamento e distribuição duplo de água em uma residência permite o seu reuso seguro. A figura abaixo demonstra um sistema de reuso de água pluvial:

É importante a segregação total das águas, não podendo misturar a água potável com a água de reuso, nem mesmo entre elas, as águas pluviais não devem ser misturadas às águas cinzas (águas provenientes de lavatórios, tanques e máquinas de lavar), pois cada uma possui qualidade diferente.
Aqui na universidade, começamos a inserir em nossos projetos sistemas de coleta de captação de água pluvial, para serem utilizadas na irrigação de jardins, levando em consideração a grande área verde e problemas de drenagem existentes atualmente em nossa infra estrutura. O IGDEMA – Instituto de Geografia, Desenvolvimento e Meio Ambiente, será o primeiro prédio da UFAL, campus A. C. Simões, a contar com esse sistema sustentável no quesito água.



Imagens da maquete eletrônica do IGDEMA.


         Essa captação e seu armazenamento contribuem para a redução do escoamento superficial em períodos de chuva, pois a água fica armazenada ao invés de ir direto para a rede de galeria de águas pluviais, diminuindo a possibilidade de alagamentos; e economiza o recurso hídrico, no momento da irrigação, em períodos de estiagem.


Nós, enquanto profissionais de arquitetura da universidade, pretendemos em breve inserir em nossos projetos, sistema de segregação de efluentes, para que também seja possível o reuso de águas cinzas.         
Na universidade existe o programa de PPGRHS - Pós-Graduação em Recursos Hídricos e Saneamento, vinculado ao centro de tecnologia, o qual já vem realizando estudos na área - www.ctec.ufal.br/posgraduacao/ppgrhs.
      Para mais informações sobre o assunto, existe a rede PROSAB – Programa de Pesquisa em Saneamento básico, a qual já lançou diversos livros com base em experimentos e estudos realizados - www.finep.gov.br/prosab.
            Manuais citados podem ser encontrados em:
Abaixo algumas dicas simples que podemos seguir em nossas casas e contribuir com a redução do consumo da água mesmo sem ter um sistema de reuso.











quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Arrecadação de doações para pacientes do Centro de Oncologia do HU/UFAL

Oi gente!

Nós da DIP estamos participando da organização de arrecadação de itens para  às famílias dos pacientes carentes em tratamento no Centro de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) Professor Ulpio Miranda do  Hospital Universitário (HU) da UFAL.

O Ambulatório de Cuidados Paliativos relacionou diversos itens que podem ser doados, como descrito no site do HU. Dentre os itens sugeridos, nós selecionamos para esta arrecadação, alimentos não perecíveis e brinquedos. 

Quem se quiser participar, estaremos recebendo as doações até o dia 30 deste mês. Elas  poderão ser entregues até esta sexta-feira na DIP, UFAL . Após este dia, podem entrar em contato pelos emails projetosinfraufal@gmail.com ou vanine@gmail.com para combinar a entrega. 

Aproveitamos a oportunidade para desejar a todos um Feliz Natal e um Ano Novo de muitas realizações! Que possamos fazer a diferença em 2012!


sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Etiquetagem de Edificações


Olá pessoal!!!

            Esta semana vamos discutir sobre a Eficiência Energética em edificações, mais especificamente sobre o Regulamento Técnico da Qualidade para o Nível de Eficiência Energética de Edificações Residenciais (RTQ-R) ou Comerciais, de Serviços e  Públicos (RTQ-C). Esta novidade, comumente chamada de etiquetagem, em breve causará frenesi na construção civil, afinal, todos desejarão morar, trabalhar, estudar em uma edificação eficiente. E nós arquitetos temos papel importantíssimo na divulgação e implementação desta etiquetagem! Pois então vamos entender um pouco dela!

Estes regulamentos apresentam os quesitos necessários para classificação do nível de eficiência energética do edifício no sentido de regulamentar e elaborar procedimentos para avaliação da eficiência energética das edificações construídas no Brasil visando o uso racional da energia elétrica e fazem parte do programa PROCEL/EDIFICA da Eletrobrás
.
O Laboratório de Eficiência Energética (LabEEE) da UFSC desenvolveu a metodologia de avaliação dos edifícios e foi designado pelo Inmetro, juntamente com o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (CEPEL) do Sistema Eletrobrás, para realizar as primeiras avaliações enquanto trabalha paralelamente na capacitação de outros laboratórios.

Então vamos aos regulamentos!

No RTQ-C, são avaliados três requisitos gerais: Evoltória, sistema de iluminação e Condicionamento de ar e a  Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE) é obtida através da avaliação destes requisitos (ver figura abaixo do texto). A etiquetagem do edifício é voluntária e aplicável a edifícios com área útil superior a 500m² ou atendidos por alta tensão (grupo tarifário A). Pode ser fornecida uma etiqueta para o edifício completo ou para parte deste. Ela é dita parcial quando referente à envoltória ou combinando a envoltória com um dos outros dois sistemas – iluminação ou condicionamento de ar.






Já no RTQ-R a etiquetagem de eficiência energética é feita  para cada um dos itens baixo da seguinte forma:

  • Unidades Habitacionais Autônomas: avaliam-se os requisitos relativos ao desempenho térmico da envoltória, à eficiência do(s) sistema(s) de aquecimento de água e a eventuais bonificações;
  • Edificação Unifamiliar: aplica-se o procedimento descrito acima para a unidade habitacional autônoma;
  • Edificações Multifamiliares: pondera-se o resultado da avaliação dos requisitos de todas as unidades habitacionais autônomas da edificação;
  • Áreas de Uso Comum: avaliam-se os requisitos relativos à eficiência do sistema de iluminação artificial, do(s) sistema(s) de aquecimento de água, dos elevadores, das bombas centrífugas, dos equipamentos e de eventuais bonificações.

Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE) é obtida através desta avaliação (ver figuras abaixo).








 A etiqueta é concedida em dois momentos: na fase de projeto e após a construção do edifício Para definição do nível de eficiência dois métodos podem ser utilizados: o método prescritivo e o método de simulação. As exigências contidas no RTQ-C e RTQ-R devem ser avaliadas por um laboratório de inspeção designado ou acreditado pelo Inmetro, de forma que este verifique as características projetadas e construídas do edifício para indicar qual o nível de eficiência alcançado por este. Após a avaliação, o edifício recebe a etiqueta de acordo com o nível alcançado que vai de A a E (de mais eficiente a menos eficiente). Os prédios que receberem classificação A ganharão o selo Procel Edifica.

As edificações que apresentarem estas etiquetas terão um diferencial de competitividade no mercado da construção civil, afinal, quem não quer desfrutar de uma edificação eficiente?!

Aqui em Alagoas, a UFAL possui um laborátório na Faculdade de Arquitetura - LabConf-(Laboratório de Conforto Ambiental), que está sendo capacitado para se tornar um Organismo de Inspeção Acreditado pelo Inmetro (OIA). Ele vem fazendo o processo de etiquetagem em algumas edificações da Universidade e do Estado, assim como pesquisa na área. Quem se interessar em visitar e saber mais sobre o Laboratório e as atividades que ele desenvolve pode acessar: http://www.fau.ufal.br/grupopesquisa/geca/laboratorio.htm.

Algumas edificações já foram etiquetadas tanto  através do RTQ-C quanto do RTQ-R em todo o Brasil. Para ter acesso a estas edificações etiquetadas e para maiores informações,os links abaixo devem ser acessados!


Partes deste texto foram retirados dos volumes de Etiquetagem de Eficiencia Energética das edificações. Disponível em: http://www.labeee.ufsc.br/projetos/etiquetagem/comercial/downloads


Até o próximo post! ;)

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Como um arquiteto atua dentro de uma universidade?

Olá pessoal!

Ontem foi o dia do arquiteto e do engenheiro. Por isso, decidimos apresentar à comunidade acadêmica um pouco sobre funcionamento interno do nosso setor e mostrar como um arquiteto atua tendo como ambiente de trabalho uma Universidade.

A Divisão de Projetos faz parte da Gerência de Projetos, Obras e Serviços de Engenharia (GPOS) da Superintendência de Infraestrutura da UFAL. Estamos localizados no Campus A.C. Simões, em frente à Nova Residência Universitária, em fase de construção.

O nosso objetivo é atender às necessidades da comunidade acadêmica da universidade no que diz respeito ao espaço físico, tanto para a construção de novas edificações, quanto para a reforma dos prédios existentes. Atuamos nos campi de Maceió e do interior do estado, bem como nas unidades dispersas pertencentes à UFAL, como por exemplo o Espaço Cultural e o Museu Théo Brandão.

A DIP recebe a demanda de projetos de construção e/ou reformas da Administração Central da UFAL e da Pró-Reitoria de Gestão Institucional (PROGINST). Após a programação de atividades e a determinação de um cronograma de desenvolvimento de projetos, entramos em contato com o diretor ou coordenador da Unidade Acadêmica interessada para estabelecermos o programa de necessidades projetuais que melhor atenda aos seus anseios e expectativas, permitindo o pleno funcionamento das atividades diárias do setor.

Após a aprovação das etapas projetuais (estudo preliminar, anteprojeto e projeto executivo) por todas as partes envolvidas, a DIP oficiliza a conclusão desta fase através de um documento chamado Termo de Aceite de Projeto e, em seguida, encaminha o projeto arquitetônica para que sejam desenvolvidos os projetos complementares de engenharia que se façam necessários e para setor de Orçamento da GPOS. 

A DIP acompanha estas etapas seguintes junto aos demais profisssionais responsáveis, a fim de dirimir dúvidas e efetuar ajustes no projeto arquitetônico e a compatibilização entre os projetos complementares, permitindo a adequação da proposta arquitetônica a condicionantes como orçamento destinado à obra, prazos de execução, materiais construtivos e técnicas de engenharia disponíveis.

Após a conclusão do orçamento, o projeto segue para o processo licitatório e, concluído o certame, os arquitetos da DIP ficam disponíveis para acompanhar a execução da obra junto aos fiscais responsáveis.


Esta é uma das formas de atuação de um arquiteto no setor público. Na UFAL, entramos em contato diariamente com professores e técnicos de diferentes áreas do conhecimento. Trata-se de um trabalho em equipe no qual o arquiteto atua em parceria com profissionais e clientes diversos e, devido à variedade de projetos e soluções possíveis, estamos em um processo de aprendizado constante para possibilitar a proposição de ambientes construídos funcionais e eficientes aos usuários.

Aproveitamos para desejar um feliz dia do arquiteto e do engenheiro a todos os profissionais da área!




segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Uma experiência de Conservação Arquitetônica na Grécia


Olá pessoal,

Hoje vamos falar um pouco sobre o “Romiri Project”, um workshop internacional para graduandos e recém-graduados na área de Conservação, que aconteceu na cidade de Zakynthos, na Grécia, entre os dias 15 de setembro e 15 de outubro de 2011 e que teve como participante a arquiteta da DIP Cynthia Fortes.

O workshop foi uma iniciativa da organização interdisciplinar e sem fins lucrativos DIADRASIS, em acordo com o Ministério da Cultura da Grécia, com o apoio da Universidade de York (Inglaterra) e sob o patrocínio do ICCROM/Unesco (Centro Internacional de Estudos de Conservação e Restauração de Bens Culturais).

O principal objetivo do projeto foi a compreensão de todos os procedimentos que envolvem um projeto de conservação na prática, desde o planejamento até os tratamentos de conservação, tendo como objeto de estudo a histórica capela “Panagia Vlaherna” na localidade de Romiri na ilha de Zakynthos.
Capela “Panagia Vlaherna”

Estrutura do workshop

O workshop foi dividido em quatro semanas:

Semana 1 - Levantamento – introdução aos instrumentos e métodos, e apresentação da documentação como ferramenta  para o projeto de conservação. Foi realizado o levantamento planialtimétrico do exterior da capela. 


Levantamento Planialtimétrico da Capela

Semana 2 - Patologia da cantaria – estudo das patologias que atingem a estrutura de cantaria da capela e elaboração do mapa de danos.

Cantaria da Capela

Semana 3 - Experiência prática em campo - início dos procedimentos de conservação (remoção da argamassa de cimento e teste e aplicação da argamassa de cal).

Experiência prática em campo

Semana 4 - Finalização dos trabalhos de conservação da capela e elaboração do plano de disseminação dos trabalhos, visando o público imediato, a família “Varvians”, proprietária da capela.
Folder do Workshop

Equipe internacional participante do workshop

Para mais informações: www.diadrasis.org