Nos dias 10 e 11 de outubro de 2011, as arquitetas Marcelle Maria Pais Silva Rebêlo e Vanine Borges Amaral realizaram uma viagem ao Rio de Janeiro - RJ, acompanhadas da professora Silvana Martins, diretora do atual Biotério Central da UFAL, a fim de cumprir visita técnica ao biotério central da FIOCRUZ, CECAL.
A Divisão de Projetos está responsável pelo desenvolvimento do projeto do novo Biotério Central da UFAL para roedores, e, devido à complexidade de funcionamento de uma edificação deste porte, a visita a um Biotério em atividade, que segue as normatizações estabelecidas e os padrões de biosegurança para este fim, sendo referência Nacional na área, é de grande importância para o corpo de arquitetos da UFAL.
A visita técnica teve como objetivo a verificação no local, de fluxos e zoneamentos da edificação, materiais de revestimento das superfícies, detalhamento de esquadrias, equipamentos e instalações necessárias, sistemas de climatização dos ambientes, além de consultoria técnica realizada pelo técnico responsável pelo CECAL em relação ao projeto arquitetônico do Biotério Central da UFAL em desenvolvimento pela DIP.
Realizou-se a visita técnica ao CECAL através das áreas onde o acesso de pessoas estranhas à rotina da edificação era permitido. Deste modo, tivemos acesso aos ambientes através da área de circulação suja e a observação das características internas das salas limpas ocorreu por intermédio de visores em vidro.
As áreas limpas deste Biotério são do tipo SPF (specific pathogen free – área livre de patógenos) que exige um período de quarentena para o acesso de qualquer usuário em seus ambientes, com total desinfecção. Além disso, todos os materiais e equipamentos utilizados neste ambiente são autoclavados e esterelizados antes de ingressar nestas áreas.
A edificação possui ainda um piso técnico, localizado em um pavimento superior, onde ficam instaladas as maquinarias e tubulações responsáveis pelos sistemas de refrigeração fan coil, de renovação de ar, de diferenciação de pressão atmosférica entre ambientes, bem como da manutenção da temperatura e umidade adequadas à criação de roedores.
Pavilhão Mourisco, prédio central da Fiocruz
Ficou evidente a necessidade de um projeto bem especificado, quanto a metais, luminárias e revestimentos que permitam a permanência da assepsia dos ambientes durante as atividades de uso e de manutenção dos ambientes. Como exemplo deste fator tem-se a forma de substituição das lâmpadas das luminárias dos ambientes. Estas devem ser trocadas pelo piso técnico evitando o acesso materiais contaminados nas salas. Dentro deste mesmo padrão de funcionamento, os técnicos que manipulam animais devem evitar ao máximo o contato com as superfícies dos ambientes. Por isso, as maçanetas das portas, as canoplas das torneiras devem permitir acionamento com cotovelos, enquanto a iluminação da maioria dos ambientes deve ser acionada por meio de sensores de presença.
Modelo de canopla e maçaneta com acionamento pelo cotovelo
A Fiocruz, além de ser uma insituição de ciência e tecnologia em saúde, referência em toda a América Latina, possui belíssimos exemplares arquitetônicos, como o Pavilhão Mourico, conhecido como Castelo, a única edificação neo-mourisca ainda existente no Rio de Janeiro.
Pavilhão Mourisco, prédio central da Fiocruz
Abaixo, listamos alguns links interessantes para aprender mais sobre a normatização e funcionamento de biotérios:
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